quinta-feira, 24 de março de 2011

Sobre uma música qualquer

Aquele dia tinha um gosto amargo. Nada a satisfazia. Tudo ia em direção contrária a dela. Colocou uma roupa qualquer e saiu. Não tinha um destino, iria onde ela quisesse.

Passou em um lugar qualquer, comprou uma barra de chocolates. Mesmo assim, ela continuava sentindo um vazio. Aquela inquietação era mais agoniante do que qualquer outra.

Voltou pra casa sem reparar nas paisagens. Sentou em frente ao computador, preparou um café nem forte nem fraco, nem havia prestado atenção. Estava em stand-by. Enquanto comia seu chocolate, sempre tão idolatrado, sem nenhum entusiasmo, foi lendo seus textos preferidos.

Nada fazia sentido. Nada, nada, nada. Algo a perturbava.

Mas aquele carma deixara sua vida há tanto tempo. Como poderia incomodá-la? Afinal, não o via há mais de um ano.

Mas ela sempre soube, sempre, que quando aquela música tocasse novamente, tudo voltaria à sua mente.

domingo, 20 de março de 2011

Sobre a cara nova

Para celebrar a chegada da estação mais alegre do ano, o outono, resolvi mudar a cara do meu blog.

Eu adoro o outono, não sei se pelos dias cinzas, frios, ou se pelas paisagens clássicas das folhas fazendo tapetes naturais sob as árvores.

Seja bem vindo outono. E é bom que você traga tantas alegrias quanto no ano passado.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre as decepções

Todos haviam falado a ela daquela história, daquele filme. E ela foi assitir. Chorou. Quis ver de novo. E chorou de novo. Era uma história tão linda, porém tão impossível.

E ela começou a ter essa visão sobre tudo, menos sobre sua própria vida sentimental. Sempre que o filme meloso estava chegando ao fim, ela pensava como seria o final real, sem fantasias, sem sonhos, sem maquiagem.

E a vida começou a ficar sem graça. Mas quando ela olhava pra ele, sempre imaginava que ele estava planejando um jantar romântico, ou que ia acordá-la batendo em sua porta e lhe dando um buquê de flores. E ele nunca fez nada disso.

Era tão decepcionante. Por mais que nos filmes isso acontecesse, e ela sabendo que não era real, nem ao menos possível, de algum modo ela achava que isso aconteceria com ela.

MAS POR QUÊ??

Porque ela não poderia acreditar nesses contos de fadas, nesses casais perfeitos, nessas pessoas que dizem que pra tudo há uma razão?

Era triste admitir, mas eram todas desculpas para não deixá-lo.

E se ela admitisse, ele desapareceria. Porque ele era parte dos seus sonhos.

PS: o filme/livroqueeunãoli inspirador é "O diário de uma paixão"

sábado, 12 de março de 2011

Sobre a saudade

Já li muitos textos sobre a saudade. Gostei de quase todos. Mas mesmo assim não sei como explicar.

Talvez não tenha explicação, talvez ela tenha sido criada para que todos tenham vontade de senti-la, ou ao menos curiosidade, só pra tentar entender todos esses textos e teorias sobre a saudade.

Talvez ela seja como o amor, inexplicável. Talvez por isso ela doa tanto.

Porque se soubéssemos o que acontece não iríamos procurá-los. Mas talvez se tivesse algo os explicando eles não seriam sentimentos tão nobres. E tão complicados. E às vezes tão insuportáveis que dá vontade de largar tudo só para ficarmos livres deles.

Acho esses sentimentos são os que mais me angustiam, e os que mais me fazem feliz.

Talvez eles se completem.

Talvez tenham uma explicação.

Talvez alguém tenha conseguido expressá-los. Mas não sei se essa pessoa morreu feliz.

Talvez, talvez, talvez... acho que nunca ninguém vai me escrever dizendo o que é.

Mas eu já senti, isso é o que importa. E quem sabe, um dia, eu consiga expressá-los.

Dentre as milhões de explicações, vou colocar uma com a qual eu mais me identifico. Mas sei que não é a certa. Nunca vai ser.

"Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

Martha Medeiros

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sobre o filtro solar

Sim, eu sei, é clichê postar esse texto. Mas cada vez que eu o leio entendo mais dele. Quem sabe um dia serei bem velhinha e conseguirei lê-lo e entendê-lo por inteiro.

Tirem suas próprias conclusões (:


Se eu pudesse dar só um conselho em relação ao futuro eu diria : "use filtro solar."
Os benefícios a longo prazo do uso do filtro solar foram cientificamente provados.
Os demais conselhos que dou baseiam se unicamente em minha própria experiência...

Eis aqui um conselho:
Desfrute do poder e da beleza da sua juventude.
Ah, esqueça. Você só vai compreender o poder e a beleza da sua juventude quando já tiverem desaparecido.
Mas acredite em mim. Dentro de vinte anos, você olhará suas fotos e compreenderá, de um jeito que não pode compreender agora, quantas oportunidades se abriram para você. Era realmente fabuloso.
Você não é tão gordo quanto imagina.
Não se preocupe com o futuro.
Ou se preocupe, se quiser, sabendo que a preocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete pra tentar resolver uma equação álgebra.

E quase certo que os problemas que realmente têm importância em sua vida são aqueles que nunca passaram por sua mente, tipo aqueles que tomam conta de você às 4 da tarde em alguma terça-feira ociosa.

Todos os dias faça alguma coisa que seja assustadora.

Cante...
Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável.
Não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação a você.

Relaxe...
Não perca tempo com a inveja.
Algumas vezes você ganha, algumas vezes perde.
A corrida é longa e, no final tem que contar só com você.
Lembre se dos elogios que recebe.
Esqueça os insultos...
Guarde suas cartas de amor.
Jogue fora seu velhos extratos bancários.

Estique-se...
Caminhe...
Não tenha sentimento de culpa se não sabe muito bem o que quer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam na vida.
Algumas pessoas interessantes de 40 anos que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja gentil com seus joelhos. Você sentira falta deles quando não funcionarem mais.
Talvez você se case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta.
Talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento.
O que quer que faça.
Não se orgulhe demais nem se critique demais....
Todas as suas escolhas tem 50% de chance de dar certo, como as escolhas de todos os demais...
Curta seu corpo da maneira que puder.
Não tenha medo dele ou do que as pessoas pensam dele. Ele é seu maior instrumento.

Dance...
Mesmo que o único lugar que você tenha pra dançar seja sua sala de estar.

Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio


Dedique-se a conhecer seus pais.
É impossível prever quando eles terão ido embora de vez...
Seja agradável com seus irmãos...
Eles são seu melhor vínculo com seu passado e aqueles que, no futuro, provavelmente nunca te deixarão na mão...
Entenda que amigos vem e vão....
Mas que há um punhado deles, preciosos, que você tem que guardar com carinho...
Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos da vida, porque quanto mais você envelhece tanto mais você precisa das pessoas que conheceu na juventude.
More uma vez em Nova York mas mude-se antes de endurecer...
More no Norte da Califórnia, mas mude-se antes de amolecer.

Viaje...
Aceite verdades eternas.
Os preços sempre vão subir.
Os políticos vão saracutear.
Você também vai envelhecer, e quando envelhecer vai fantasiar que quando era jovem os preços eram acessíveis.
Os políticos eram decentes e as crianças respeitavam os mais velhos;

Respeite as pessoas mais velhas.
Não espere apoio de ninguém...
Talvez você tenha uma boa aposentadoria.
Talvez você tenha um cônjuge rico.
Mas nunca se sabe quando um ou outro podem desaparecer.
Não mexa muito em seu cabelo. Senão, quando fizer 40 anos terá aparência de 85.
Tenha cuidado com as pessoas que te dão conselhos, mas seja pacientes com elas.
Conselho é uma forma de nostalgia...
Dar conselho é uma forma de resgatar o passado na lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por mais do que vale.

Mas no filtro solar... Acredite.

Mary Schmich

Sobre o domínio

Estava tudo nublado. Ela, que sempre gostou desses dias frios, chuvosos, cinzas, agora pedia sol e céu azul. Então percebeu o que tinha acontecido. Algo a dominava.

O problema não era ser dominada, e sim não saber quem a dominava. Analisou todas as pessoas que viviam ao seu redor. Pessoas que ela preferia nem conhecer. Mas nada parecia suspeito.

A não ser que... não. Não podia ser. Ele nem percebia sua presença, não havia como ela ser dominada por ele. “Mas que idéia tola”, pensou ela.

Preferiu ocultar essa angústia de si mesma. E continuou amando-o escondida.

E sendo dominada.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sobre meu aniversário


Sempre fico depressiva nos meus aniversários. Não sei se é por medo de que ninguém lembre ou se é porque cada ano eu percebo que nada faço e nada pretendo fazer para alcançar meus objetivos, dentre eles minha independência.


Nunca sei se prefiro viver até os cento e poucos anos, ou se prefiro morrer cedo, porém tendo feito tudo o que quis. (um dia eu posto minha visão sobre a morte) Até porque se eu viver uma vidalouca, cheia de aventuras de todos os gêneros, quem sabe eu me debilite mais cedo ou talvez até morra em uma dessas aventuras que planejo uma a uma desde que comecei a ter sonhos.


Porém, de uns tempos pra cá, meus sonhos têm prazos cada vez mais curtos, eu quero tudo rápido, eu sinto uma necessidade cada vez maior de aproveitar minha vida. E esse sentimento cresce perto dessa data, que para alguns não significa nada, mas que para mim tem um peso muito grande. Meu balanço do ano não é feito no ano-novo, é feito no meu aniversário.


Por isso eu quero me lembrar desse aniversário como sendo um marco na minha vida. Quero me dar um presente. Quero queminha vida mude. Quero ter mais motivação pra viver. E eu não quero chegar no próximos 03 de março, lembrando que eu não fiz nada interessante nos meus 17 anos.


Eu quero viver intensamente.