quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sobre a verdadeira distância

E ela andou muito tempo pensando sobre aquilo. Não falou pra quase ninguém, tinha vergonha de ser tão boba. Achou mesmo que tinha superado, mas sempre aquele assunto voltava à tona. Não sabia como superar.

E chegou o dia. Ele fora viajar, apenas 3 dias, mas se sentiu mais abandonada do que naquelas férias de verão, onde tinham ficado separados por 20 dias. Ele simplesmente não estava se importando com ela. Apenas disse: "você fez o mesmo", "eu te chamei", "não quero saber sua opinião".

Ficou realmente depressiva, se sentindo só no meio da multidão feliz com o início da primavera (a segunda pior estação, segundo ela).

E ele realmente foi. E ela se sentiu tão livre. Não fez nada diferente, mas não precisou dar satisfações a ninguém.

E quando ele voltou, não encontrou nenhum abraço a sua espera.

sábado, 23 de julho de 2011

Sobre mudar

Ela nunca gostou de nada próprio dela. Seus cabelos, seus olhos, seu nariz, sua boca. Nada estava na medida que ela queria. Houve um longe período de adaptação até ela perceber que devia ter amor próprio, devia gostar de si mesmo que os outros não concordassem.

Ela estava bem consigo mesma e essa auto estima melhorou ainda mais quando ela conseguiu achar alguém que a elogiasse (e que não era sua mãe).

Sentia-se feliz. Sentia-se bonita. Gostava daquela sensação de ter alguém a admirando. E, acima de tudo, se identificava com ele. Eram possíveis almas gêmeas, se isso existisse de fato.

Passou muito tempo, estavam juntos ainda. O encanto inicial havia passado, mas continuava feliz. Porém, algumas coisas estavam mudando. Brigas frequentes, implicações por coisas bobas. Isso a irritava. Mas não era motivo para acabar com tudo.

Certo momento, após uma briga, começou a pensar em como havia mudado sem perceber. Nunca pensaria que uma briga daquelas iria acabar daquele jeito, com indiferença de ambos os lados. Como ela poderia deixar aquilo passar?

Então ela percebeu como havia mudado. O que tinha acontecido com ela. Como ela tinha sido influenciada.

"Será que vale a pena?"
"Será que eu vou voltar a ser eu mesma?"

Essas questões ficaram rodando em sua cabeça por dias a fio.

E até agora ela não sabe até que ponto vale a pena mudar.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre o que você acredita

Sim, eu vou começar com a velha história de acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e todas essas fantasias infantis.

Quando se começa a acreditar, obviamente não lembramos, mas nossos pais e nossa família em geral nos faziam acreditar que eram pessoas/coisas/bichos maravilhosos, perfeitos, que só havia a condição de "se comportar" para conseguirmos ver suas generosidades para com as crianças.

Porém, quando se começa a questionar as coisas da vida, nos perguntamos "mas aquelas crianças pobres que se comportam melhor do que eu e não ganham presentes?"

Pois então, é aí que tudo começa.

Deixar de acreditar é tão doloroso que talvez seja bom destruir essas expectativas das crianças enquanto ainda é tempo. Tenho medo da reação das crianças com mais de 7 anos quando descobrem a verdade.

E talvez quanto mais tempo passa, mesmo que tenhamos consciência do que é real, possível e do que não é, continuamos fantasiando, esperando.

E quanto mais esperamos, mais perfeita fica a expectativa. E quanto maior e melhor a expectativa, como todos sabem, maior também é a decepção.

São coisas proporcionais. Eu nunca gosto de perceber que estou criando expectativas boas demais pois sei que a decepção será do mesmo tamanho.

Mas acho que quando se espera algo de uma pessoa, em específico, a decepção não é proporcional, e sim maior. Bem maior. Talvez o triplo, quádruplo, sei lá.

Isso deve acontecer porque, como é uma pessoa como você, ela é capaz de fazer algo, de agir de algum modo que você sempre esperou, que diga algo. É possível, totalmente possível. Mas não é realizado por falta de vontade, de estímulo, de amor da outra pessoa.

E é essa falta de amor, de vontade que decepciona. E decepciona tanto a ponto de doer. Sim, doer de verdade. Chegamos até a chorar, talvez. Às vezes não literalmente, mas parece que já não existimos mais, não sei, é difícil de explicar.

Mas quanto maior a decepção, mais vontade de contrariá-la, de achar alguém que prove que aquilo é possível, que pessoas daquele tipo existem.

Não sei, eu espero que seja isso que aconteça.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sobre o que eu não tenho coragem de fazer

E tinha tudo pra ser bom. Não havia nenhum pressentimento, nada que a atrapalhasse. Mas começou a piorar.
E piorou, piorou cada vez mais. Explodiu por dentro. Sentiu uma vontade imensa de sair correndo e gritar ou ir para um lugar bem longe, andando devagar, sentar em um lugar alto e ficar lá, o resto da vida.

Parecia que era invisível. Teve vontade de atravessar a rua sem olhas para os lados só pra ver se os carros iriam vê-la.

Mas achou que nada disso adiantaria.

Uma das coisas (ou pessoas) mais importantes havia desaparecido. Não fisicamente, mas espiritualmente, sentimentalmente.

Seu corpo estava lá, junto à ela, que se entregava por inteiro. Mas ela sentiu que o calor dos corpos não era suficiente. Faltava alguma coisa.

De repente se sentiu enojada. Quis ir embora, mas algo a prendia por ali. Parecia tolo, mas era aquela maldita aliança. Nova, com a intenção de renovar também o amor, entregue no dia em que talvez seja o começo dessa angústia.

"Saia daqui, tenho que ir embora", exclamou para si mesma. E tentou desviar de todas as tentativas de renovação, de inovação. Mas não conseguia sair de lá.

E desistiu. Continuou aguentando tudo aquilo, sofrendo, sentindo vontade de pular daquele barco que já estava afundado há tanto tempo.

E naquele dia veio a gota d'água que faltava.

Ela percebeu "para que servia" para ele.

E foi embora, sem dizer uma palavra. Ele fingiu que não entendeu, mas no fundo sabia muito bem por quê aquilo aconteceu.

sábado, 2 de julho de 2011

Sobre as distrações


Era um momento difícil. Sem causa aparente, mas isso a angustiava demais. E se a angustiava, tornava-se um motivo, e isso virava um ciclo vicioso.

Não havia previsões de melhoras, aquela semana deveria piorar tudo. Mas como piorar? Já estava tudo uma porcaria mesmo. Nem ligou.

Às vezes preferia ignorar, passar reto. Mas se tornara tão difícil desde aquela última vez. Sentia-se um poço de rispidez, começou a descontar em quem não tinha nada a ver com aquilo.

Mas aquilo o quê meu Deus??

Era tão difícil para ela.

Mas então, continuando. Aquela semana tinha tudo para piorar toda aquela situação, mas ela se preocupou tanto com outras coisas que aquela angústia se misturou a outra e era como se uma tivesse se sobreposto a outra.

Para melhorar um pouco a semana (isso não é uma ironia) o frio chegou tão lindo quanto ela gostaria. Sorriu sozinha ao ver a geada naquela manhã. Baixou novas músicas, precisava se renovar, relaxar, acordar para a vida.

E aos poucos, sem perceber, foi saindo de fininho daquela zona de angústia que havia pairado sobre ela.

Sobre o que segue

Eu deveria ter apostado com alguém. Apesar de ter sido uma semana estressante, foi extremamente inspiradora.

Seguem alguns posts. Como já disse, podem estar confusos, mas acho que vai ser difícil organizar.

Espero comentários

domingo, 26 de junho de 2011

Sobre a falta de tempo/inspiração/textos decentes

Minha criatividade está precária, eu sei. Post decadentes. Mas com certeza essa semana (que eu sei que não será ociosa) verei inspirações em todos os lugares.

Por isso, me desculpem se o próximo post estiver confuso, sem nexo. Provavelmente será uma junção de tudo o que vi na semana.



Blog temporariamente fechado.