terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre meu descontrole

Eu estou em um dia ruim hoje, resolvi ler poeminhas e textos legais. Sei lá, eles me acalmam, me dão conselhos, me fazem pensar e decidir coisas. Talvez sejam meus melhores amigos. Ou não, eles não tem necessariamente uma opinião. Eu posso interpretá-los como quiser.

Vou compartilhar:

Os Três Mal-Amados
João Cabral de Melo Neto
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés.
Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia "Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas"

"Ando feito um cão sem dono
Matando cachorro a grito
Num mato sem cachorro"

Espero que descubram como a poesia pode ser uma amiga de todas as horas :)

sábado, 28 de agosto de 2010

Sobre os poemas que gosto de postar

Tiros - Juliana Holanda

Expectativas de beijos marcantes e suaves fazem da minha coluna um calafrio constante até te encontrar quem sabe um dia.
Quem dera alguém ouça meu grito no calabouço,
Veja minha garganta num poço inflamado,
Me tire o medo de tentar…
Quem dera alguém sugue a enfermidade da parede para que eu possa respirar em paz.
Quem dera a mentira escondida no canto se torne menor que verdade revelada
Quem dera ela possa permitir que as pessoas lidem bem com os sentimentos misturados no caldeirão de incompreensões da vida…
Quem dera as pessoas soubessem livremente se expressar…
Eu queria decorar diálogos de filme de arte pra te impressionar,
Mas é impossível que eu seja algo que não estou.
Só é possível que eu esteja falsa por ser a possibilidade de algo que eu gostaria de viver com todas as proibições.
Talvez eu seja o alvo.


Cântico negro
José Régio

“Vem por aqui” — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí…
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Retirados do blog do RadioCaos

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sobre um possível começo

Era noite de lua cheia. Eles estavam andando de mãos dadas, sem trocar nenhuma palavra. Ela já sabia de tudo, ele achava que ela nem desconfiava. Na verdade, ele tinha um pressentimento, mas ignorou. Ela não sabia o que fazer. Ela queria revelar que ela sabia, pensando que ele já soubesse. Mas e se ele não soubesse? Ela resolveu ficar calada.

Sentaram embaixo de uma árvore. A sua frente tinham uma vista linda, com a luz da lua refletida no lago. Beijaram-se. Continuaram calados. Ele agia normalmente. Ela estava disfarçando, mas estava tensa. Como ele pôde?

E naquele cenário ela tirou sua aliança, deixou no chão, levantou-se e foi embora. Em silêncio. Ele não contestou. Ele sabia o por quê.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sobre meus sonhos malucos

Quando eu era criança eu tive muitos sonhos, geralmente relacionados com uma futura profissão. Já quis ser professora (sonho de 70 % das meninas de 6 a 8 anos), policial (imagino que poucas meninas sonham com isso), médica (sonho comum de todas as meninas até 11 anos), veterinária (embora hoje em dia eu deteste bichos). Enfim, já imaginei vários caminhos pra minha vida.

Quando eu tinha uns 9, 10 anos eu sempre ficava me imaginando quando tivesse 13, 14. Era tão legal. Eu achava que seria super popular, que teria milhares de amigos, que conseguiria namorar o carinha popular da escola. Enfim, era meu mundo ideal. Amigos, popularidade e um namorado invejável.

Porém, o tempo passou, e quando eu tinha 12 anos o “namorado invejável” simplesmente passou a me ignorar (considerando que ele me conhecia desde a 2ª série, e que eu tinha 12 anos, o fato de eu ser invisível para ele era uma tragédia), algumas amigas mudaram de colégio, outras só sabiam falar de meninos, e quase ninguém me conhecia. Além disso, eu era feia e gorda.

Aquele mundo ideal simplesmente desapareceu. Evaporou. Surgiram algumas paixonites pelo caminho, algumas amigas temporárias (muitas pessoas ficavam apenas 1 ou 2 meses estudando na minha escola) que eu nunca mais ouvi falar, algumas épocas em que muitas pessoas me cumprimentavam no caminho, mas nada disso comparável ao meu sonho.

E os sonhos foram ficando cada vez mais raros. Muitas vezes eu parava e pensava: por que eu estou aqui? Eu tenho sonhos, objetivos?

Demorou algum tempo para que eu conseguisse perceber que os sonhos não são besteiras. Talvez sejam um pretexto para que você possa fazer o que quer.

Essa noite tive um sonho, que é uma espécie de objetivo meu. Acordei e pensei, agora é oficialmente e literalmente um sonho. E com certeza ele vai se realizar.

domingo, 22 de agosto de 2010

Sobre minha tentativa de fazer uma história

No dia anterior tudo tinha dado errado, ele foi dormir altas horas da madrugada, pois tinha ficado pensando sobre as coisas do mundo. Sobre o medo de que algo aconteça. Até tentou escrever uma música, mas nada rimava, nenhuma melodia ficava boa, então desistiu, deitou na cama e ficou olhando para o teto, pensando, até esquecer de pensar e perceber que devia dormir, o dia seguinte seria cheio.

Então ele acordou com vontade de fazer algo diferente. Não queria trabalhar, mas era necessário, então quis inovar. Não foi de terno, foi de agasalho esportivo. Não foi de carro, foi de bicicleta. Não ignorou seus colegas, deu bom dia e abraços em todos. É claro, todos perceberam diferenças, e começaram a falar que ele tinha ficado louco.

Ele não estava louco. Estava tentando mudar. Tudo. As pessoas, ele mesmo, a rotina. Ele apenas tentava se livrar daquela lembrança. Daquele dia. Daquelas palavras que ele nunca imaginava que iria ouvir, que sairam da boca da mesma pessoa que falou que nunca iria abandoná-lo. Daquele sentimento. Ele nunca imaginou ver aquele olhar, nos mesmos olhos que lhe juraram amor eterno. Ele nunca esperaria nada disso. Não dela.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sobre a vida

Eu não estou plageando a Ana, que fique bem claro. Mas esse é um tema legal, e vale a pena fazer um texto.

Como viram em "Sobre minha evolução musical", as pessoas mudam muito, mesmo que não percebam. Você só percebe quando realmente para e reflete sobre sua vida anterior. Isso pode te deixar feliz ou pode fazer você ter vontade de se matar quando lembra das besteiras que fez.

E, pra variar, eu estava ouvindo uma música do Oswaldo Montenegro, que quase ninguém conhece. Um trecho pra vocês se localizarem:

Quem não perdeu a atenção dos seus pais,
Quem não foi encarnado depois de uma queda
Ou porque era vesgo ou porque era torto
Ou se o avô já tá morto, se sente sozinho
Ou porque é menorzinho ou porque é bobalhão,
É pereba ou otário?
E olha presta atenção!
Quem não levou uma surra, perdeu um horário,
Quem é que jamais teve um sonho esmagado
Ou sofreu uma ofensa do melhor amigo e quem
É que concorda comigo esse mundo é um gigante
E a gente é anão!

Enfim, usei só pra ter um exemplo das coisas que acontecem conosco, e muitas vezes nos deixamos abalar. Porém, depois de um tempo de temporais na minha vida, quando muitas coisas tristes aconteceram, acho que eu fiquei meio blindada. Passei a ver a vida de outro jeito. Por exemplo, no dia do batizado do meu primo, meu tio morreu. Isso me fez enxergar que para cada um que parte, um permanece em pé. Que para cada dia que acaba outro já está chegando. Que para cada sofrimento que você consegue aguentar de pé, você tem uma felicidade, mesmo que você ache que nunca mais a sentirá. Que para cada coração partido há um esperançoso. Enfim, sempre, SEMPRE há uma esperança, mesmo que você duvide.

"Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sobre os textos e poemas postados

Algumas pessoas vieram perguntar pra mim porque tem tantos textos que não são meus no blog, então resolvi explicar.
Nos dias em questão ou eu estava sem criatividade, mas mesmo assim com vontade de postar algo novo e compartilhar minhas preferências, ou eu fiz algum texto pessoal demais pra ser postado e ele foi pra gaveta como muitos outros.
Portanto, pra quem gosta, hoje tem Cecília Meireles, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade :)

Cecília Meireles

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

Fernando Pessoa:

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

Carlos Drummond de Andrade

Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sobre os "príncipes encantados"

Toda garota, mesmo que não divulgue (porque a maioria não conta isso a ninguém), sonha em ter um príncipe encantado, por mais que ela perceba que ele não existe. Pra mim ele era um carinha moreno, de olhos azuis que ia chegar de repente, me encontrar ao acaso, na rua, no mercado, no ônibus e iria falar comigo, porque eu sou muito antisocial pra falar com pessoas desconhecidas. Enfim, ele seria aquele cara perfeito, educado, gentil, inteligente, compreensível, sensível, carinhoso, com todos as outras qualidades que não cabem em um mesmo homem.
Depois de um tempo, as garotas percebem que esse cara não existe, ele é puramente imaginário, um ideal impossível de ser verdadeiro. Já conheci meninas que ficaram traumatizadas e passaram a desconfiar de algumas atitudes que fazem parte, conjuntamente, de um homem ideal. Elas ficam pensando que ele está fingindo só pra conseguir mais meninas, mas eu acredito que ainda existam homens cavalheiros no universo. Assim, comecei a procurar não qualidades isoladas, mas o conjunto da obra. Logo, homens burros e/ou estúpidos, mesmo que tenham todos os outros atributos, não tem um bom conjunto por motivos óbvios.
Enquanto eu não consigo entrar na tv ou em algum livro pra encontrar os príncipes tão cobiçados por meninas que ainda não conhecem a realidade (isso serve para as meninas que querem casar com o Edward Cullen, do Crepúsculo, porque ele é um tipo de príncipe encantado, que não existe em lugar algum - e brilha no sol), eu me contento com meu projeto de príncipe, que não contém todos os requisitos, mas que contém -talvez- os mais importantes.
Meninas, busquem seus príncipes. Só tenham em mente que eles não serão perfeitos, eles podem te decepcionar. Ele pode ser, no fundo, estúpido ou burro, ou pode ter sido gentil com você só pra te conquistar, depois ele simplesmente para com isso. Na vida real, os príncipes se transformam em sapos, e não o contrário, como nos mundos ideais. Por isso, não se abale quando o homem que, semana passada era um poço de cavalheirismo e compreensão, e hoje te mandou calar a boca. Ele nunca foi um príncipe, ele te enganou. Ele na verdade é um sapo daqueles que não merecem nem as moscas que comem.
Mesmo assim eu acredito que existe um cara perfeito, em algum lugar. Ele pode ter sido corrompido pela sociedade, e todos os atributos ideais estão armazenados no fundo, bem no fundo de sua alma, e só virão à tona quando ele encontrar a pessoa ideal.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sobre a felicidade

Para quem não sabe, eu não era uma boa menina no meu passado negro. Não, eu não era uma traficante nem uma prostituta, mas eu fazia coisas más, como tirar sarro de pessoas aleatórias, excluir pessoas e tal. Depois que eu me toquei disso, me senti muito estranha, como se devesse pedir desculpas pra todo mundo, ir à Igreja me confessar, etc.
Mas eu acho que não nasci pra ser tão boazinha assim. Eu tenho noção do bem e mal, mas às vezes parece tão normal se divertir com a cara de outras pessoas. Sempre as pessoas falam que devemos nos divertir, aproveitar a vida, porque esse pode ser o último dia de sua vida. Mas até que ponto isso é saudável?
Uma vez uma pessoa me falou que não havia problemas em se divertir com coisas que não são certas aos olhos do censo comum, que isso não é nenhum pecado, pois Deus nos quer felizes. Mas será que essa felicidade é incondicional?
Não sou uma pessoa que frequenta a Igreja, mas eu acredito em Deus e tudo o mais, e não gosto quando as pessoas falam que não há lógica. É claro que há lógica. Como você chegou até aqui? Seria justo não atender aos poucos, porém tão difíceis mandamentos?
É fato que muitas pessoas usam outras de escada para chegar aonde estão, mas eu sempre penso: o que essa pessoa pensa antes de dormir? Porque você consegue ser uma pessoa forte diante dos outros, mas quando você está sozinho, sempre se culpa das mínimas coisas erradas que faz. Será que eles estão felizes?
Enfim, a questão felicidade é uma incógnita na minha vida. Às vezes me sinto feliz, e de repente acaba, começo a ver o lado ruim. Talvez isso seja um defeito, acho que as outras pessoas não fazem isso. Essa é uma das principais razões pra aproveitar a vida licitamente, porque você não sabe se no segundo seguinte haverá outra alegria ou uma tristeza.
Acho que me dispersei no meio do texto, mas acho que deu pra entender.

"Se alguém encontrou um sentido para a vida, chorou" (Pouca Vogal - Ao fim de tudo)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sobre a rotina

Hoje, volta às aulas, fiquei pensando enquanto voltava pra casa sobre a rotina. Não importa qual, todo mundo tem a sua, mesmo que sua rotina seja fazer coisas diferentes, há uma rotina.
Quase todo mundo faz a mesma coisa todos os dias depois que acorda, porque é difícil sair de uma rotina depois que você se acostuma com ela.
Pra quem não sbe, eu tenho um relacionamento, que tem precisamente 1 ano, 2 meses e 5 dias. A rotina é uma das culpadas pelo começo e pelos quase términos dele. No começo é bom, porque existe a certeza de ter aquela pessoa naquele dia, naquela hora. Mas depois fica chato, não há surpresas, não há novidades, é sempre a mesma coisa, as pessoas estão do mesmo jeito, fala-se das mesmas coisas, tudo isso é cansativo, faz com que você deseje outras coisas, outras emoções, não necessariamente outra pessoa, mas outra rotina, outras coisas, outros lugares, outras roupas. Bom, vou deixar, como sempre, a Clarice fala por mim:

"Mudança
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!"

Não se entreguem à rotina :)

sábado, 7 de agosto de 2010

Sobre textos, frases e poesias

Hoje estou filosofável demais, e posso me arrepender do que postar, então vou colocar os textos que sempre me ajudam a tomar decisões ou simplesmente filosofar sobre a vida:

Clarice Lispector:
"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."
Agora leia de baixo para cima :)

"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."

"... Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la..."

William Shakespeare:

"O Menestrel

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la...
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam...
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa... por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo... mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão... e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens...
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém...
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sobre um dos únicos livros que li

Pra quem não sabe, sou apaixonada por "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry.
Eu li pela primeira vez na quarta série, quando tinha 10 anos. Não tinha entendido muito bem, mas gostei muito do livro. O tempo passou e eu fui ler novamente na oitava série, então eu consegui entender as mensagens contidas nas entrelinhas. E gostei de verdade. Não me canso de ler esse livro. Parece que cada vez que se lê, surge mais uma interpretação, mais uma maneira de entender aquelas palavras que na primeira vez parecem desconhecidas, mas que se tornam mensagens que você vai carregar aonde for.
Vou colocar algumas frases do autor, não todas do livro, mas leiam, não vão se arrepender. :)

"Os homens compram tudo pronto nas lojas, mas como não há lojas de amigos, os homens não têm amigos"

"Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção."

"Se tu vens às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz"

"Eu não preciso de ti. Tu não precisas de mim. Mas se tu me cativares, e se eu te cativar, ambos precisaremos um do outro"

"Os contos de fadas são assim.
Uma manhã, a gente acorda
E diz: 'Era só um conto de fadas.'
E a gente sorri de si mesmo
Mas, no fundo, não estamos sorrindo.
Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida"

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sobre meus segredos

Acho que todos devem ter algum segredo. Se ele não te deixa angustiada, se ele pode te prejudicar ou prejudicar alguém, você deve guardá-lo. É melhor alguém não saber tudo sobre você, isso te dá espaço. Você não tem obrigação de explicar todos os passos da sua vida. Agora algumas pessoas já conhecem parte da minha vida, porque eu escolhi divulgar. Mas se você conta algo em uma hora de euforia, depois você se arrepende. Eu tenho muitos textos engavetados, talvez um dia eu publique-os aqui, mas acho que agora não é hora. Talvez eu não esteja pronta pra ver os comentários, mesmo que elogiosos, sobre minha visão da vida, das pessoas, do mundo.
Eu acho tão legal, quando nos filmes tem um velhinho à beira da morte, ai ele pega a mão de sua esposa, que ele conhece há tanto tempo, e conta um de seus segredos. E ele morre em paz. Não teve tempo de se arrepender do que falou. Ou então quando paira um silêncio na sala de uma casa, e o velhinho olha para sua mulher e conta um segredo que ele sempre guardou. E ele fica na expectativa,será que isso fará ela se apaixonar novamente ou será que isso vai acabar com a relação? Então ela olha pra ele, sorri e fala: sempre soube. E eles ficam rindo, felizes.
Tá, eu nunca vi um filme que tivesse isso, e sei que isso não acontece na vida real. É só uma utopia. Seria uma cena legal.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sobre as coisas que gosto

1. Música. Desde que seja de boa qualidade e tenha uma letra legal. Sobre as músicas que ouço, vão desde Zé Ramalho (sim, eu curto, as letras são divertidas) até Kiss, passando por Engenheiros do Hawaii, Cássia Eller, Legião, etc..
Uma das letras que mais gosto é da música Piano Bar, dos Engenheiros. Vou colocar só um trecho, que me fez gostar ainda mais dessa música, depois de saber o significado:
"Toda vez que falta luz
Toda vez que algo nos falta
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro da piscina"
Humberto Gessinger escreveu essa letra porque quando ele era criança, após a morte do seu pai, ele costumava levantar de madrugada, calçava o chinelo do seu pai e ficava andando no escuro pela casa para escutar os mesmos passos que ele ouvia. Isso o fazia sentir a presença do pai dele. Eu acho genial. Por isso eu amo analisar letras do Engenheiros.
Espero que também tenham vontade de procurar a história das letras de músicas preferidas, descobri coisas inusitadas.
2. A natureza. Eu adoro o pôr-do-sol, porque, como disse meu pai, nunca há dois iguais. Mas o que realmente me fascina é o céu estrelado, com a Lua crescente. Ter essa visão na praia é ainda melhor. Por mais que eu odeie toda aquela areia, o mar também é fascinante ao meu ver. Sei lá, as ondas, eternamente quebrando na beira da praia, eu acho lindo.
3. Festas. Principalmente se ela tem aquele espaço pra você se soltar e dançar como se estivesse sozinha. E se as pessoas forem todas conhecidas é mais legal ainda. Parece que o mundo exterior desaparece, tudo que você sente é a música, a alegria das pessoas, todo mundo leve, sem preocupações. É, eu gosto disso.
4. Amigos. Todos. Os que me ouvem, os que não me deixam falar, os que só de olhar pra mim sabem o que eu quero dizer, os que riem das minhas piadas, os que fazem piada comigo, os que entendem meus pensamentos mais absurdos, os que concordam comigo e os que não tem medo de discordar, enfim, todos os meus amigos.
Deve ter mais coisas, mas eu não lembro tudo agora. Talvez algum dia eu faça a parte 2.

domingo, 1 de agosto de 2010

Sobre meus vícios

Depois de escrever meu último post, me senti de um jeito estranho revelando minha vida pra todo mundo, já que essa parte da minha vida ninguém conhecia. Acho que cada vez que escrevo estou ficando mais leve, quem sabe até mais calma, mais feliz.
E esse é meu novo vício, revelar minhas faces ocultas para as ainda poucas (e não por isso insignificantes) pessoas que visitam meu blog.
Sobre os vícios antigos:
1. Não conseguir fazer nada, absolutamente nada sem música. Talvez essa seja a razão do meu mal desempenho em provas e textos de português. Aposto que se eu pudesse ouvir minhas musiquinhas naqueles horários tensos de provas, eu teria um coeficiente bem mais apresentável.
Quanto ao estilo de música, depende da ocasião. Quando estudo prefiro ouvir músicas que não sei cantar, senão eu não presto atenção no que estou fazendo. Mas em horas mais calmas, como quando estou indo para a UTF sábado de manhã, eu ouço músicas viciantes, ou que eu ainda não tenha entendido a letra, pra poder acordar e conseguir não dormir nas primeiras aulas.
2. Ler placas. Todas. Esse é um dos meus piores vícios, porque as vezes estou no ônibus, concentrada pensando em algo importante, e de repente eu leio uma placa e começo a fazer associações esdrúxulas. Tenho controlado esse vício não sentando na janela do ônibus, porque já perdi milhares de linhas de raciocínio por causa disso.
3. Ler poesias. Não importa de quem, se tiver subentendimento, eu leio. Não é porque não goste de coisas fáceis de interpretar, dependendo do dia é até melhor, mas quando estou inspirada fico horas lendo a mesma parte, a mesma frase, até chegar a alguma conclusão. Geralmente entro em um site, faço uma leitura dinâmica, e depois leio tudo com calma. Os textos e poesias que mais li foram os da Clarice Lispector, depois de ler essa poesia (sei que talvez você não tenha paciência para ler tudo isso, mas quando tiver, leia, é lindo)
"Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo.
Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar!"
Aff, esse post tá muito grande. Talvez outro dia eu conte meus outros vícios. Espero que gostem.