quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sobre a verdadeira distância

E ela andou muito tempo pensando sobre aquilo. Não falou pra quase ninguém, tinha vergonha de ser tão boba. Achou mesmo que tinha superado, mas sempre aquele assunto voltava à tona. Não sabia como superar.

E chegou o dia. Ele fora viajar, apenas 3 dias, mas se sentiu mais abandonada do que naquelas férias de verão, onde tinham ficado separados por 20 dias. Ele simplesmente não estava se importando com ela. Apenas disse: "você fez o mesmo", "eu te chamei", "não quero saber sua opinião".

Ficou realmente depressiva, se sentindo só no meio da multidão feliz com o início da primavera (a segunda pior estação, segundo ela).

E ele realmente foi. E ela se sentiu tão livre. Não fez nada diferente, mas não precisou dar satisfações a ninguém.

E quando ele voltou, não encontrou nenhum abraço a sua espera.

sábado, 23 de julho de 2011

Sobre mudar

Ela nunca gostou de nada próprio dela. Seus cabelos, seus olhos, seu nariz, sua boca. Nada estava na medida que ela queria. Houve um longe período de adaptação até ela perceber que devia ter amor próprio, devia gostar de si mesmo que os outros não concordassem.

Ela estava bem consigo mesma e essa auto estima melhorou ainda mais quando ela conseguiu achar alguém que a elogiasse (e que não era sua mãe).

Sentia-se feliz. Sentia-se bonita. Gostava daquela sensação de ter alguém a admirando. E, acima de tudo, se identificava com ele. Eram possíveis almas gêmeas, se isso existisse de fato.

Passou muito tempo, estavam juntos ainda. O encanto inicial havia passado, mas continuava feliz. Porém, algumas coisas estavam mudando. Brigas frequentes, implicações por coisas bobas. Isso a irritava. Mas não era motivo para acabar com tudo.

Certo momento, após uma briga, começou a pensar em como havia mudado sem perceber. Nunca pensaria que uma briga daquelas iria acabar daquele jeito, com indiferença de ambos os lados. Como ela poderia deixar aquilo passar?

Então ela percebeu como havia mudado. O que tinha acontecido com ela. Como ela tinha sido influenciada.

"Será que vale a pena?"
"Será que eu vou voltar a ser eu mesma?"

Essas questões ficaram rodando em sua cabeça por dias a fio.

E até agora ela não sabe até que ponto vale a pena mudar.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre o que você acredita

Sim, eu vou começar com a velha história de acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e todas essas fantasias infantis.

Quando se começa a acreditar, obviamente não lembramos, mas nossos pais e nossa família em geral nos faziam acreditar que eram pessoas/coisas/bichos maravilhosos, perfeitos, que só havia a condição de "se comportar" para conseguirmos ver suas generosidades para com as crianças.

Porém, quando se começa a questionar as coisas da vida, nos perguntamos "mas aquelas crianças pobres que se comportam melhor do que eu e não ganham presentes?"

Pois então, é aí que tudo começa.

Deixar de acreditar é tão doloroso que talvez seja bom destruir essas expectativas das crianças enquanto ainda é tempo. Tenho medo da reação das crianças com mais de 7 anos quando descobrem a verdade.

E talvez quanto mais tempo passa, mesmo que tenhamos consciência do que é real, possível e do que não é, continuamos fantasiando, esperando.

E quanto mais esperamos, mais perfeita fica a expectativa. E quanto maior e melhor a expectativa, como todos sabem, maior também é a decepção.

São coisas proporcionais. Eu nunca gosto de perceber que estou criando expectativas boas demais pois sei que a decepção será do mesmo tamanho.

Mas acho que quando se espera algo de uma pessoa, em específico, a decepção não é proporcional, e sim maior. Bem maior. Talvez o triplo, quádruplo, sei lá.

Isso deve acontecer porque, como é uma pessoa como você, ela é capaz de fazer algo, de agir de algum modo que você sempre esperou, que diga algo. É possível, totalmente possível. Mas não é realizado por falta de vontade, de estímulo, de amor da outra pessoa.

E é essa falta de amor, de vontade que decepciona. E decepciona tanto a ponto de doer. Sim, doer de verdade. Chegamos até a chorar, talvez. Às vezes não literalmente, mas parece que já não existimos mais, não sei, é difícil de explicar.

Mas quanto maior a decepção, mais vontade de contrariá-la, de achar alguém que prove que aquilo é possível, que pessoas daquele tipo existem.

Não sei, eu espero que seja isso que aconteça.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sobre o que eu não tenho coragem de fazer

E tinha tudo pra ser bom. Não havia nenhum pressentimento, nada que a atrapalhasse. Mas começou a piorar.
E piorou, piorou cada vez mais. Explodiu por dentro. Sentiu uma vontade imensa de sair correndo e gritar ou ir para um lugar bem longe, andando devagar, sentar em um lugar alto e ficar lá, o resto da vida.

Parecia que era invisível. Teve vontade de atravessar a rua sem olhas para os lados só pra ver se os carros iriam vê-la.

Mas achou que nada disso adiantaria.

Uma das coisas (ou pessoas) mais importantes havia desaparecido. Não fisicamente, mas espiritualmente, sentimentalmente.

Seu corpo estava lá, junto à ela, que se entregava por inteiro. Mas ela sentiu que o calor dos corpos não era suficiente. Faltava alguma coisa.

De repente se sentiu enojada. Quis ir embora, mas algo a prendia por ali. Parecia tolo, mas era aquela maldita aliança. Nova, com a intenção de renovar também o amor, entregue no dia em que talvez seja o começo dessa angústia.

"Saia daqui, tenho que ir embora", exclamou para si mesma. E tentou desviar de todas as tentativas de renovação, de inovação. Mas não conseguia sair de lá.

E desistiu. Continuou aguentando tudo aquilo, sofrendo, sentindo vontade de pular daquele barco que já estava afundado há tanto tempo.

E naquele dia veio a gota d'água que faltava.

Ela percebeu "para que servia" para ele.

E foi embora, sem dizer uma palavra. Ele fingiu que não entendeu, mas no fundo sabia muito bem por quê aquilo aconteceu.

sábado, 2 de julho de 2011

Sobre as distrações


Era um momento difícil. Sem causa aparente, mas isso a angustiava demais. E se a angustiava, tornava-se um motivo, e isso virava um ciclo vicioso.

Não havia previsões de melhoras, aquela semana deveria piorar tudo. Mas como piorar? Já estava tudo uma porcaria mesmo. Nem ligou.

Às vezes preferia ignorar, passar reto. Mas se tornara tão difícil desde aquela última vez. Sentia-se um poço de rispidez, começou a descontar em quem não tinha nada a ver com aquilo.

Mas aquilo o quê meu Deus??

Era tão difícil para ela.

Mas então, continuando. Aquela semana tinha tudo para piorar toda aquela situação, mas ela se preocupou tanto com outras coisas que aquela angústia se misturou a outra e era como se uma tivesse se sobreposto a outra.

Para melhorar um pouco a semana (isso não é uma ironia) o frio chegou tão lindo quanto ela gostaria. Sorriu sozinha ao ver a geada naquela manhã. Baixou novas músicas, precisava se renovar, relaxar, acordar para a vida.

E aos poucos, sem perceber, foi saindo de fininho daquela zona de angústia que havia pairado sobre ela.

Sobre o que segue

Eu deveria ter apostado com alguém. Apesar de ter sido uma semana estressante, foi extremamente inspiradora.

Seguem alguns posts. Como já disse, podem estar confusos, mas acho que vai ser difícil organizar.

Espero comentários

domingo, 26 de junho de 2011

Sobre a falta de tempo/inspiração/textos decentes

Minha criatividade está precária, eu sei. Post decadentes. Mas com certeza essa semana (que eu sei que não será ociosa) verei inspirações em todos os lugares.

Por isso, me desculpem se o próximo post estiver confuso, sem nexo. Provavelmente será uma junção de tudo o que vi na semana.



Blog temporariamente fechado.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sobre a nostalgia do momento

Passei por momentos nostálgicos durante o começo dessa semana. Não sei explicar o por quê, ou talvez até saiba e esteja escondendo de mim mesma.

Vendo e revendo meus textos antigos percebo o quanto eu mudei. Lendo cada um deles, lembro imediatamente daquele momento, daqueles sentimentos, daquelas poesias que significaram ( e continuam significando) muito pra mim.

Acho que estou em uma fase meio abstrata, obscura. Estou tentando entender o que está acontecendo, mas ainda não surgiu nenhuma luz no fim do túnel. Já recorri a todas as técnicas que sempre funcionaram comigo (músicas repetindo eternamente, caminhadas sem rumo, noites em claro, filmes de comédia- só não recorri às drogas), mas nada está adiantando.

Talvez essa seja a hora. Talvez seja o momento perfeito. Está tudo lá, pronto. E eu aqui, devagar, atrapalhada, distraída, vendo as oportunidades passarem.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sobre a ausência

Sexta-feira. Eram mais ou menos 18h, aquela hora em que não está escuro o suficiente para acender a luz nem claro o bastante para ficar com a luz apagada. Ela gostava desse horário, mas aquele dia, especificamente, preferia que essa transição dia/noite fosse mais rápida, queria ver a lua logo.

Porém, um estouro a fez pular da cadeira, e acabou a luz. Morava sozinha e nas sextas os vizinhos sempre saíam, e tudo silenciou. Escancarou as janelas, pôs a cabeça pra fora, tentou ver o que ainda restara do pôr-do-sol.

O dia fora estranho, parecia que era invisível. Perdeu as contas de quantas pessoas esbarraram nela aquela tarde. Mas ela tinha a sensação de que o dia não acabaria assim, de que ela seria importante, pelo menos por 1 segundo.

Ficou lá, vendo o céu passar do azul para o laranja, do laranja para o vermelho, e, num piscar de olhos, do vermelho para o breu da noite.

Apesar de ser detalhista, nunca percebera essas mudanças tão vagarosamente. Se arrependeu de não ter filmado, fotografado, daria uma bela fotografia.

Observou o céu por um tempo, mas já estava com dores no pescoço, então resolveu cozinhar.

Acendeu uma vela. Tudo parecia ainda mais macabro com aquela luz trêmula fazendo sombras nas paredes. A adrenalina era ainda maior.

Terminou de cozinhar, jantar, e de repente uma lembrança lhe veio à cabeça. Era isso. Aquele dia. Aquele clima de outono. Nada poderia fazer mais sentido.

Faltava algo. Faltava aquela presença.

domingo, 15 de maio de 2011

Sobre qualquer coisa

E ela continuava fazendo tudo normalmente, como se nada estivesse acontecendo. As mensagens vinham de todo o lado, mas ela preferia não ver, preferia ignorar, preferia acreditar que algo a esperava.

Sim, algo a esperava. Mas não do jeito que ela queria.

Ela leu aquele texto, de uma pessoa que nem sabia quem era, e se sentiu no meio dele. Sentiu que ele fora escrito especialmente, na medida para ela. Mas estava tudo bem, como ela poderia se identificar??

E leu, releu, tantas vezes que já estava a ponto de recitar o texto inteiro. E percebeu que não estava tudo bem. E sua cabeça começou a rodar, e um turbilhão de pensamentos vieram à sua mente, fazendo com que ela gritasse, em frente ao espelho, para si mesma: "POR QUÊ???"

E tudo silenciou. Seus pensamentos desapareceram. Voltou à realidade. Continuou ignorando.

Sobre viajar


Eu sempre gostei de viajar, exceto para a praia, por razões que não serão descritas aqui. Pessoas dizem que é ruim, que não é a mesma cama, o mesmo travesseiro, os mesmos ares, as mesmas pessoas, o mesmo clima.Mas é por isso mesmo que se torna fantástico. Parece que você está vivendo uma outra vida.

Quando se é criança, viagens são legais, por fazerem parte de um sonho, por serem cenas de filmes antigos. O carro, com as janelas abertas. O pai dirigindo, a mãe ao lado, controlando a empolgação do motorista e a velocidade do carro. Os filhos no banco de trás.

A fiha na direita, ouvindo seu rock antigo no último volume (com fones, claro), a cabeça encostada na janela, o travaesseiro ineparável no colo, o cabelo bagunçado pelo vento.

O filho na esquerda, lendo um livro (como sempre), cochilando de vez em quando. Não leva travesseiros, não faz a menor diferença.

Chegam ao destino. Descarregam as malas, são recebidos pelos parentes. Tudo está normal, se não fosse o ambiente. Sua família está lá, isso é o que importa.

Mas tenho medo de viajar sozinha. Eu não seria apenas um anexo, eu estaria sozinha, enfrentando os medos, as estradas, os carros desgovernados. A música iria tocar e eu cantaria tão empolgada que esqueceria de dirigir. Logo, teria que ir no silêncio.

Chegando ao destino, tudo seria diferente. Tudo mesmo. Ninguém me receberia. Eu teria de tirar as malas do carro, abrir a casa, desejar uma boa estadia a mim mesma, fazer tudo sozinha. Por mim.

Mas apesar de todos esses medos, esses empecilhos, me parece ser a coisa mais certa a fazer.

Vou nascer de novo. Serão novos ares, novos travesseiros, novas pessoas, novas rotinas, novos idiomas, novas emissoras de TV, novas músicas, novo clima, tudo novo.

Será outra pessoa, no mesmo corpo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sobre as projeções

Todos a chamavam de pessimista. Aquela linha tênue que separava seus pensamentos tão realistas do seu pessimismo adormecido às vezes se rompia sem que ela percebesse e a fazia odiar essas pessoas que a julgavam apenas por ouvirem uma única opinião realista (ou até mesmo pessimista) sobre algum assunto aleatório.

Mas um dia sua vida virou de cabeça pra baixo. Aquela pessoa em sua frente a fez esquecer tudo de ruim que ela havia visto, ouvido e vivido. Tudo estava azul (sim, é uma frase clichê, mas azul é uma cor legal), todas aquelas frases ridículas de músicas agora faziam sentido. Havia uma razão para acreditar. E ela acreditou.

Acreditou que ele seria diferente de todos os outros, que ele esperaria sua hora, que ele traria flores em datas especiais, que a esperaria o quanto fosse preciso, que a ouviria em todos os seus desabafos, que guardaria todos os seus segredos, que a abraçaria na hora certa, que não riria de suas teorias malucas sobre tudo e todos, e que acima de tudo, a entenderia.

E o tempo passou.

E essa projeção da perfeição foi ficando cada vez mais errônea, e cada vez mais ela se arrependeu de o ter conhecido.

Porque se ela visse o lado real das coisas, não sofreria tanto.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sobre ser adulto

Era um dia lindo. Ela estava sozinha, como sempre. Aquele frio da manhã a consolava por saber que a tarde seria quente. Aproveitava, então, para abrir a janela do ônibus e sentir aquele vento gelado em seu rosto. Estava tudo bem. Até que ela percebeu o momento que estava vivendo. Trabalhava, estudava, se sentia cansada em fins de semana, o tempo estava passando rápido. E quando chegou seu cartão de crédito, e percebeu que teria um dinheiro só seu, que ela suara para ganhar. Foi então que se deprimiu. Ou ao menos ficou calada, seus pensamentos calaram. Ela se tornara adulta.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sobre uma música qualquer

Aquele dia tinha um gosto amargo. Nada a satisfazia. Tudo ia em direção contrária a dela. Colocou uma roupa qualquer e saiu. Não tinha um destino, iria onde ela quisesse.

Passou em um lugar qualquer, comprou uma barra de chocolates. Mesmo assim, ela continuava sentindo um vazio. Aquela inquietação era mais agoniante do que qualquer outra.

Voltou pra casa sem reparar nas paisagens. Sentou em frente ao computador, preparou um café nem forte nem fraco, nem havia prestado atenção. Estava em stand-by. Enquanto comia seu chocolate, sempre tão idolatrado, sem nenhum entusiasmo, foi lendo seus textos preferidos.

Nada fazia sentido. Nada, nada, nada. Algo a perturbava.

Mas aquele carma deixara sua vida há tanto tempo. Como poderia incomodá-la? Afinal, não o via há mais de um ano.

Mas ela sempre soube, sempre, que quando aquela música tocasse novamente, tudo voltaria à sua mente.

domingo, 20 de março de 2011

Sobre a cara nova

Para celebrar a chegada da estação mais alegre do ano, o outono, resolvi mudar a cara do meu blog.

Eu adoro o outono, não sei se pelos dias cinzas, frios, ou se pelas paisagens clássicas das folhas fazendo tapetes naturais sob as árvores.

Seja bem vindo outono. E é bom que você traga tantas alegrias quanto no ano passado.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre as decepções

Todos haviam falado a ela daquela história, daquele filme. E ela foi assitir. Chorou. Quis ver de novo. E chorou de novo. Era uma história tão linda, porém tão impossível.

E ela começou a ter essa visão sobre tudo, menos sobre sua própria vida sentimental. Sempre que o filme meloso estava chegando ao fim, ela pensava como seria o final real, sem fantasias, sem sonhos, sem maquiagem.

E a vida começou a ficar sem graça. Mas quando ela olhava pra ele, sempre imaginava que ele estava planejando um jantar romântico, ou que ia acordá-la batendo em sua porta e lhe dando um buquê de flores. E ele nunca fez nada disso.

Era tão decepcionante. Por mais que nos filmes isso acontecesse, e ela sabendo que não era real, nem ao menos possível, de algum modo ela achava que isso aconteceria com ela.

MAS POR QUÊ??

Porque ela não poderia acreditar nesses contos de fadas, nesses casais perfeitos, nessas pessoas que dizem que pra tudo há uma razão?

Era triste admitir, mas eram todas desculpas para não deixá-lo.

E se ela admitisse, ele desapareceria. Porque ele era parte dos seus sonhos.

PS: o filme/livroqueeunãoli inspirador é "O diário de uma paixão"

sábado, 12 de março de 2011

Sobre a saudade

Já li muitos textos sobre a saudade. Gostei de quase todos. Mas mesmo assim não sei como explicar.

Talvez não tenha explicação, talvez ela tenha sido criada para que todos tenham vontade de senti-la, ou ao menos curiosidade, só pra tentar entender todos esses textos e teorias sobre a saudade.

Talvez ela seja como o amor, inexplicável. Talvez por isso ela doa tanto.

Porque se soubéssemos o que acontece não iríamos procurá-los. Mas talvez se tivesse algo os explicando eles não seriam sentimentos tão nobres. E tão complicados. E às vezes tão insuportáveis que dá vontade de largar tudo só para ficarmos livres deles.

Acho esses sentimentos são os que mais me angustiam, e os que mais me fazem feliz.

Talvez eles se completem.

Talvez tenham uma explicação.

Talvez alguém tenha conseguido expressá-los. Mas não sei se essa pessoa morreu feliz.

Talvez, talvez, talvez... acho que nunca ninguém vai me escrever dizendo o que é.

Mas eu já senti, isso é o que importa. E quem sabe, um dia, eu consiga expressá-los.

Dentre as milhões de explicações, vou colocar uma com a qual eu mais me identifico. Mas sei que não é a certa. Nunca vai ser.

"Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."

Martha Medeiros

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sobre o filtro solar

Sim, eu sei, é clichê postar esse texto. Mas cada vez que eu o leio entendo mais dele. Quem sabe um dia serei bem velhinha e conseguirei lê-lo e entendê-lo por inteiro.

Tirem suas próprias conclusões (:


Se eu pudesse dar só um conselho em relação ao futuro eu diria : "use filtro solar."
Os benefícios a longo prazo do uso do filtro solar foram cientificamente provados.
Os demais conselhos que dou baseiam se unicamente em minha própria experiência...

Eis aqui um conselho:
Desfrute do poder e da beleza da sua juventude.
Ah, esqueça. Você só vai compreender o poder e a beleza da sua juventude quando já tiverem desaparecido.
Mas acredite em mim. Dentro de vinte anos, você olhará suas fotos e compreenderá, de um jeito que não pode compreender agora, quantas oportunidades se abriram para você. Era realmente fabuloso.
Você não é tão gordo quanto imagina.
Não se preocupe com o futuro.
Ou se preocupe, se quiser, sabendo que a preocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete pra tentar resolver uma equação álgebra.

E quase certo que os problemas que realmente têm importância em sua vida são aqueles que nunca passaram por sua mente, tipo aqueles que tomam conta de você às 4 da tarde em alguma terça-feira ociosa.

Todos os dias faça alguma coisa que seja assustadora.

Cante...
Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável.
Não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação a você.

Relaxe...
Não perca tempo com a inveja.
Algumas vezes você ganha, algumas vezes perde.
A corrida é longa e, no final tem que contar só com você.
Lembre se dos elogios que recebe.
Esqueça os insultos...
Guarde suas cartas de amor.
Jogue fora seu velhos extratos bancários.

Estique-se...
Caminhe...
Não tenha sentimento de culpa se não sabe muito bem o que quer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam na vida.
Algumas pessoas interessantes de 40 anos que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja gentil com seus joelhos. Você sentira falta deles quando não funcionarem mais.
Talvez você se case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta.
Talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento.
O que quer que faça.
Não se orgulhe demais nem se critique demais....
Todas as suas escolhas tem 50% de chance de dar certo, como as escolhas de todos os demais...
Curta seu corpo da maneira que puder.
Não tenha medo dele ou do que as pessoas pensam dele. Ele é seu maior instrumento.

Dance...
Mesmo que o único lugar que você tenha pra dançar seja sua sala de estar.

Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio


Dedique-se a conhecer seus pais.
É impossível prever quando eles terão ido embora de vez...
Seja agradável com seus irmãos...
Eles são seu melhor vínculo com seu passado e aqueles que, no futuro, provavelmente nunca te deixarão na mão...
Entenda que amigos vem e vão....
Mas que há um punhado deles, preciosos, que você tem que guardar com carinho...
Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos da vida, porque quanto mais você envelhece tanto mais você precisa das pessoas que conheceu na juventude.
More uma vez em Nova York mas mude-se antes de endurecer...
More no Norte da Califórnia, mas mude-se antes de amolecer.

Viaje...
Aceite verdades eternas.
Os preços sempre vão subir.
Os políticos vão saracutear.
Você também vai envelhecer, e quando envelhecer vai fantasiar que quando era jovem os preços eram acessíveis.
Os políticos eram decentes e as crianças respeitavam os mais velhos;

Respeite as pessoas mais velhas.
Não espere apoio de ninguém...
Talvez você tenha uma boa aposentadoria.
Talvez você tenha um cônjuge rico.
Mas nunca se sabe quando um ou outro podem desaparecer.
Não mexa muito em seu cabelo. Senão, quando fizer 40 anos terá aparência de 85.
Tenha cuidado com as pessoas que te dão conselhos, mas seja pacientes com elas.
Conselho é uma forma de nostalgia...
Dar conselho é uma forma de resgatar o passado na lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por mais do que vale.

Mas no filtro solar... Acredite.

Mary Schmich

Sobre o domínio

Estava tudo nublado. Ela, que sempre gostou desses dias frios, chuvosos, cinzas, agora pedia sol e céu azul. Então percebeu o que tinha acontecido. Algo a dominava.

O problema não era ser dominada, e sim não saber quem a dominava. Analisou todas as pessoas que viviam ao seu redor. Pessoas que ela preferia nem conhecer. Mas nada parecia suspeito.

A não ser que... não. Não podia ser. Ele nem percebia sua presença, não havia como ela ser dominada por ele. “Mas que idéia tola”, pensou ela.

Preferiu ocultar essa angústia de si mesma. E continuou amando-o escondida.

E sendo dominada.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sobre meu aniversário


Sempre fico depressiva nos meus aniversários. Não sei se é por medo de que ninguém lembre ou se é porque cada ano eu percebo que nada faço e nada pretendo fazer para alcançar meus objetivos, dentre eles minha independência.


Nunca sei se prefiro viver até os cento e poucos anos, ou se prefiro morrer cedo, porém tendo feito tudo o que quis. (um dia eu posto minha visão sobre a morte) Até porque se eu viver uma vidalouca, cheia de aventuras de todos os gêneros, quem sabe eu me debilite mais cedo ou talvez até morra em uma dessas aventuras que planejo uma a uma desde que comecei a ter sonhos.


Porém, de uns tempos pra cá, meus sonhos têm prazos cada vez mais curtos, eu quero tudo rápido, eu sinto uma necessidade cada vez maior de aproveitar minha vida. E esse sentimento cresce perto dessa data, que para alguns não significa nada, mas que para mim tem um peso muito grande. Meu balanço do ano não é feito no ano-novo, é feito no meu aniversário.


Por isso eu quero me lembrar desse aniversário como sendo um marco na minha vida. Quero me dar um presente. Quero queminha vida mude. Quero ter mais motivação pra viver. E eu não quero chegar no próximos 03 de março, lembrando que eu não fiz nada interessante nos meus 17 anos.


Eu quero viver intensamente.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sobre uma história baseada em fatos reais.

Ela estava lá, como havia de ser. Ele havia planejado tudo, até planos secundários, caso algo saísse errado. Tudo preparado. Ela estava mais linda do que nunca. Parece que adivinhou que aquele seria um dia especial, marcante.



Ele se aproximou sem ela perceber. Podia sentir seu perfume de longe. Estava hipnotizado. Repetia todas as frases, tudo o que havia planejado naquela semana. Desde que a viu não conseguia pensar em outra coisa.



Aquele desejo o dominava por inteiro.Talvez fosse mais fácil ele dormir, sonhar com isso, aqueles sonhos que parecem ser tão reais, que podem aliviar aquela obsessão.

Mas chegara a hora. Ela estava lá. Mais um passo, mais uma frase, e tudo que ele sonhou, desde fins de semana ao seu lado, até os filhos com aqueles olhos verdes iguais aos dela, tudo estaria mais perto de se tornar realidade.

Estava tudo perfeito. O céu azul, o clima agradável, ninguém entre eles na tão importante fila do ônibus.

Só lhe faltou a coragem.

E ele nunca mais a viu.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sobre minhas exigências

Esse é um daqueles dias em que nada está bom. Quando me dei conta disso, pensei se eu não sou assim sempre. Se eu nunca me contento com nada, ou se é só um dia, depois passa.

Nessas horas não consigo lembrar de nenhum acontecimento, nenhum dia. Não lembro nem do domingo anterior. Nada. Parece que fujo de mim mesma.

Mas eu odeio isso, nunca gostei de fugir dos problemas, das questões que me invadem de repente e eu não sei como respondê-las.. E por que eu fujo? Por que eu não assumo a mim mesma que sou exigente demais, e se eu quiser todo o ouro do mundo, nada me satisfará se eu não tiver todo ele em minhas mãos.

Mimada? Acho que é a falta disso. Acho que é a vontade de ter atenção. Acho que eu preciso que alguém se dedique inteiramente a mim. Acho que preciso encontrar um ser sem família, sem compromissos, sem pessoas confiáveis que lhe de conselhos, para que ninguém abra seus olhos fazendo com que ele veja quem eu realmente sou.

E eu não quero que alguém finja ser assim. Não. Assuma que nenhuma pessoa do seu círculo social (que de nenhum modo se intercede com o meu) falou bem de mim pra você. Assuma pra si mesmo e depois grite pra mim o quanto fútil eu sou, como eu não sei o que quero, como eu posso querer tanto você nesse instante, e depois te dispensar, e te xingar com toda a raiva existente em mim.

Diga para mim o que sente, que eu tenho mais defeitos do que qualidades. Perceba o quanto mentiu pra si mesmo, e pra mim, quando disse que eu era perfeita. Perceba que você não vai me aguentar nem mais 10 minutos. Nem mais uma crise. Nem mais uma lágrima.

É só isso que peço. Perceba que eu não sirvo pra você.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre Caio Fernando de Abreu

Eu tenho fuçado muitos blog alheios e vi uma característica em comum, pelo menos em alguns.

Referências a Caio Fernando de Abreu (carinhosamente abreviado como C.F.A daqui em diante) são muitas. Frases, textos, ou simplesmente citar esse nome dá um brilho a mais nas histórias, textos e músicas que as pessoas postam.

Por isso, vou deixar aqui alguns trechos, e começar a encaixá-los no contexto das minhas histórias.

PS: leiam com carinho


"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha."

"Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor."

"Penso em você apesar de não sentir sua falta e muito menos sua presença. Penso em você porque sinto um vazio, que eu não sei do quê."

"Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio."

"Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro.Mas eu preciso muito muito de você."

"Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação Cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço?"

"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis."

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”


“Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntico onde neste exato momento vossa reverendíssima assenta sua preciosa bunda e essa exótica mesinha de centro em junco indiano que apóia vossos fatigados pés descalços ao fim de mais uma semana de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. "

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sobre meu momento

Aquele medo a devorava há dias. Meses, talvez. Ela nunca achou que teria que encarar esse momento. Ela nunca achou que diria tais palavras.

Porém, ela também nunca achou que fosse preciso. Mas tudo mudara de um jeito que o que era necessário antes, agora já não era. E vice-versa.

Artormentou seus amigos, eles eram verdadeiros anjos, sempre a ouvindo e a compreendendo de um jeito ímpar, inigualável.

Pensou durante a semana toda. Talvez tenha sido uma das piores de sua vida até então. Por fora estava tudo bem, mas por dentro estava dilacerada. Noites mal-dormidas, aquela espera que nunca acabava.

Descascou o esmalte. Roeu as unhas. Ficou usando roupas velhas. Não usou maquiagem. Parecia que estava de luto. Talvez estivesse. Era um amor que havia morrido.

Pior do que essa morte, era a esperança que vinha artomentá-la, fazendo todos os seus textos prontos para falar diante dele irem por água abaixo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Sobre os segredos

Eu sou uma pessoa tímida (não sei se isso é perceptível, mas enfim). Por isso, tenho muita dificuldade de conversar algo além de assuntos externos com as pessoas. Odeio falar da minha vida. Não de todas as partes, mas odeio quando as pessoas perguntam sobre brigas em família, relacionamentos, amizades, etc..

Eu não sei confiar nas pessoas, talvez essa seja a razão de eu ser tão fechada para algumas pessoas e assuntos. Isso me faz mal às vezes, porque preciso desabafar e não consigo.

Meu medo de ver minha vida exposta a alguém além do meu amigo é colossal (adoro essa palavra), chegando ao ponto de eu ter alguns amigos de longa data e eles não saberem de coisas simples, que na época pareciam grandes acontecimentos e não poderiam de jeito nenhum serem expostas.

Sentimentos, pessoas, dias, brigas, amores, descobertas. Tudo.

Pra terem idéia, quando eu descobri que Papai Noel não existe (embora eu ainda tenha uma esperança, pequena, de que ele existe) eu não contei à minha mãe, não fiquei revoltada.

Eu vi aquela pessoa vestida como o bom velhinho na minha escola, quando eu tinha 6 anos e pensei: ele não existe. Cheguei em casa como se nada tivesse acontecido, e aquele Natal foi meio decepcionante, mas ver minha mãe se desdobrando para que eu acreditasse era uma coisa que eu não podia interromper. Então, depois de certa idade ela percebeu que eu já não acreditava. Ela nunca soube desde quando.

Tenho medo da exposição, medo de decepcionar os outros, medo de contar que meu sonho não é mais aquele, que tal pessoa não é mais importante.

Eu odeio esses medos.

PS: se você é meu amigo e sabe de algum, nem que seja só um segredo meu, sinta-se privilegiado.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sobre o tempo


Querido tempo, eu sei que pareço uma idiota te escrevendo. Mas é que deu vontade, e eu tenho algumas coisas pra te perguntar e te pedir.

Por que quando eu preciso que você passe rápido você passa devagar? É sempre assim. O contrário também me irrita. Parece que eu passo um ano esperando por um dia, e esse dia passa como se fosse algumas horas, às vezes até minutos.

Por que você deixa eu te desperdiçar tanto com coisas inúteis?

Às vezes gostaria que você parasse. Talvez um remix fosse divertido. Aquele momento repetindo diversas vezes, até cansar. Mas não repetindo demais pra não perder aquela magia.

Se você pudesse voltar também seria bom. Tem tantas coisas que me arrependo de não ter feito. Mas acho que não mudaria o que fiz. Se eu pudesse assistir os melhores momentos de longe... Aquelas aulas de manhã, aquelas tardes vazias, aqueles amigos, aquelas pessoas, aquelas coisas que parecem insignificantes e que se tornam tão importantes.

Esse texto me deixa tão empolgada e tão triste ao mesmo tempo. Eu sei que nada que pedi pode ser atendido.

Mas espero que eu consiga perceber que essas coisas são impossíveis e te aproveite melhor. Espero que minhas lembranças durem pra sempre. Espero que eu nunca esqueça desses momentos. Espero que eu nunca deixe de desabafar com meus textos toscos. Só espero...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sobre o que (não) fazemos

Ela entrou no ônibus, sozinha. Sentou-se, encostou a cabeça na janela, ficou observando a chuva. Aquele congestionamento parecia não ter fim. Ela tentava esquecer o que tinha acontecido, mas nem a música agitada que ouvia a fazia esquecer. Olhou as unhas vermelhas, já roídas por causa da ansiedade que a consumira na noite anterior.

Os fatos da noite anterior poderiam ter sido evitados? Ela sofria pensando nisso. E se, e se, e se... Hipóteses e mais hipóteses. Nada disso adiantava mais, foi tudo por água abaixo. Tudo por lágrimas abaixo.

Ela não poderia ter feito nada. Ela não pode fazer mais nada.

Ela devia ter ficado calada.