Quando se começa a acreditar, obviamente não lembramos, mas nossos pais e nossa família em geral nos faziam acreditar que eram pessoas/coisas/bichos maravilhosos, perfeitos, que só havia a condição de "se comportar" para conseguirmos ver suas generosidades para com as crianças.
Porém, quando se começa a questionar as coisas da vida, nos perguntamos "mas aquelas crianças pobres que se comportam melhor do que eu e não ganham presentes?"
Pois então, é aí que tudo começa.
Deixar de acreditar é tão doloroso que talvez seja bom destruir essas expectativas das crianças enquanto ainda é tempo. Tenho medo da reação das crianças com mais de 7 anos quando descobrem a verdade.
E talvez quanto mais tempo passa, mesmo que tenhamos consciência do que é real, possível e do que não é, continuamos fantasiando, esperando.
E quanto mais esperamos, mais perfeita fica a expectativa. E quanto maior e melhor a expectativa, como todos sabem, maior também é a decepção.
São coisas proporcionais. Eu nunca gosto de perceber que estou criando expectativas boas demais pois sei que a decepção será do mesmo tamanho.
Mas acho que quando se espera algo de uma pessoa, em específico, a decepção não é proporcional, e sim maior. Bem maior. Talvez o triplo, quádruplo, sei lá.
Isso deve acontecer porque, como é uma pessoa como você, ela é capaz de fazer algo, de agir de algum modo que você sempre esperou, que diga algo. É possível, totalmente possível. Mas não é realizado por falta de vontade, de estímulo, de amor da outra pessoa.
E é essa falta de amor, de vontade que decepciona. E decepciona tanto a ponto de doer. Sim, doer de verdade. Chegamos até a chorar, talvez. Às vezes não literalmente, mas parece que já não existimos mais, não sei, é difícil de explicar.
Mas quanto maior a decepção, mais vontade de contrariá-la, de achar alguém que prove que aquilo é possível, que pessoas daquele tipo existem.
Não sei, eu espero que seja isso que aconteça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário