quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sobre o fim do ano

Sei que já escrevi sobre isso, mas preciso desbafar, contar minha opinião pessoal sobre essa época.

Eu sou uma pessoa que tem imaginações férteis, e isso geralmente é ruim. Eu fico pensando antes de dormir, fazendo planos, e eles nunca se realizam. Nunca. Acho que só uma vez as coisas saíram como planejei.

Esse ano resolvi apelar e ter esperanças para o ano que vem. Na virada do ano vou desejar profundamente ser uma pessoa que não espera grandes acontecimentos de pequenos eventos, uma pessoa menos sentimental, menos dedicada.

Porém, como a passagem de um ano para outro não faz milagres, vou apenas desejar ser feliz.

Feliz ano novo
Feliz personalidade velha

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sobre minha justificativa

As postagens depressivas ultimamente são na verdade meu desabafo. Fiquei meio frustrada, sei que ninguém lê meu blog, mas acho que usá-lo como meu diário, postar meus desabafos é uma coisa que tem me feito bem.

Eu sei que pra isso servem os amigos, mas às vezes me sinto tão só, que prefiro me afundar na minha solidão, e encontrar muitas opiniões dentro de mim mesma do que deixar essas pessoas preocupadas comigo. Nunca fui uma pessoa que expõe sentimentos, mas expressá-los se tornou essencial.

Sendo assim, o humor do blog varia de acordo com o meu. Espero que tenham posts felizes em breve.

Sobre o pior sentimento

Era um dia de verão. O calor era insuportável. Próximo do Natal, as pessoas se multiplicam e começam a brotar do chão. Ela não se importava tanto com isso. Estava quieta aquele dia.

Dormira mal, estava de mau humor. Aqueles insetos a deixaram com marcas nas pernas. Ignorou, colocou sua roupa mais fresca e saiu. Sim, ela não estava preocupada com o calor que enfrentaria. Algo a chamava.

Foi sozinha, a bateria do MP4 durou só metade do caminho. Como pôde esquecer de carregar? Teve que ouvir as conversas fúteis ao redor. O ônibus se tranformara em uma verdadeira sauna. Mas o calor não a incomodava. Não como costumava incomodar.

Comprou o que tinha de comprar, e foi encontrá-lo. Um beijo. No rosto. No rosto, como ele pôde?? Há dias não se viam. Ele estava trabalhando, ficava o dia todo fora, e nos fins de semana não tinha paciência para vê-la.

Parece que ela era invisível. Chegou, sentou, esperou. Ele deu oi. Básico, se estivessem sozinhos nem isso ele faria, mas ele precisava mostrar aos outros que ele é uma pessoa, não uma planta.

Ela ficou lá. Quieta. Ele não proferiu nenhuma palavra. Ela estava de saco cheio disso. Os presentes eram desculpas, ela saiu para vê-lo.

Não suportando mais ser ignorada por uns 10 minutos, foi embora. Sem beijinho. Sem sentimentos. Sem parecer que namoravam.

Ela viu que não fez diferença.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre um título que ainda não escolhi


Tentei achar muitas maneiras de expressar o que eu tenho vivido ultimamente. Quanto mais penso, mais irritada fico, e mais raiva sinto de toda a situação. Resolvi procurar autores legais, e encontrei Lya Luft.

Vou postar esse texto, que eu acho que combina perfeitamente comigo.

"Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher."

Lya Luft

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sobre minhas descobertas

E hoje me dei conta de que as coisas nunca serão como quero, como sonho, como achei que eram, como deveriam ser.

Me dei conta que as coisas só serão do jeito que eu quero se EU fizer. Me dei conta da ignorância, da estupidez, do silêncio perturbador.

Descobri que as pessoas têm diversas máscaras. Descobri que cada vez que você descobre uma delas, sofre. E sofre ainda mais por saber que existem outras.

E talvez eu tenha descoberto que eu só aguento essas coisas se eu quiser. Me convenci que somente eu posso tomar conta da minha vida, decidir quem eu quero ter por perto e quem não quero, escolher entre ouvir os berros de uma criança chata ou simplesmente colocar meu fone e ouvir música.

Me convenci que estou cansada de tudo isso.

Me convenci do que é feita a vida.

"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis" - Caio Fernando Abreu