segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sobre o pior sentimento

Era um dia de verão. O calor era insuportável. Próximo do Natal, as pessoas se multiplicam e começam a brotar do chão. Ela não se importava tanto com isso. Estava quieta aquele dia.

Dormira mal, estava de mau humor. Aqueles insetos a deixaram com marcas nas pernas. Ignorou, colocou sua roupa mais fresca e saiu. Sim, ela não estava preocupada com o calor que enfrentaria. Algo a chamava.

Foi sozinha, a bateria do MP4 durou só metade do caminho. Como pôde esquecer de carregar? Teve que ouvir as conversas fúteis ao redor. O ônibus se tranformara em uma verdadeira sauna. Mas o calor não a incomodava. Não como costumava incomodar.

Comprou o que tinha de comprar, e foi encontrá-lo. Um beijo. No rosto. No rosto, como ele pôde?? Há dias não se viam. Ele estava trabalhando, ficava o dia todo fora, e nos fins de semana não tinha paciência para vê-la.

Parece que ela era invisível. Chegou, sentou, esperou. Ele deu oi. Básico, se estivessem sozinhos nem isso ele faria, mas ele precisava mostrar aos outros que ele é uma pessoa, não uma planta.

Ela ficou lá. Quieta. Ele não proferiu nenhuma palavra. Ela estava de saco cheio disso. Os presentes eram desculpas, ela saiu para vê-lo.

Não suportando mais ser ignorada por uns 10 minutos, foi embora. Sem beijinho. Sem sentimentos. Sem parecer que namoravam.

Ela viu que não fez diferença.

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