domingo, 1 de agosto de 2010

Sobre meus vícios

Depois de escrever meu último post, me senti de um jeito estranho revelando minha vida pra todo mundo, já que essa parte da minha vida ninguém conhecia. Acho que cada vez que escrevo estou ficando mais leve, quem sabe até mais calma, mais feliz.
E esse é meu novo vício, revelar minhas faces ocultas para as ainda poucas (e não por isso insignificantes) pessoas que visitam meu blog.
Sobre os vícios antigos:
1. Não conseguir fazer nada, absolutamente nada sem música. Talvez essa seja a razão do meu mal desempenho em provas e textos de português. Aposto que se eu pudesse ouvir minhas musiquinhas naqueles horários tensos de provas, eu teria um coeficiente bem mais apresentável.
Quanto ao estilo de música, depende da ocasião. Quando estudo prefiro ouvir músicas que não sei cantar, senão eu não presto atenção no que estou fazendo. Mas em horas mais calmas, como quando estou indo para a UTF sábado de manhã, eu ouço músicas viciantes, ou que eu ainda não tenha entendido a letra, pra poder acordar e conseguir não dormir nas primeiras aulas.
2. Ler placas. Todas. Esse é um dos meus piores vícios, porque as vezes estou no ônibus, concentrada pensando em algo importante, e de repente eu leio uma placa e começo a fazer associações esdrúxulas. Tenho controlado esse vício não sentando na janela do ônibus, porque já perdi milhares de linhas de raciocínio por causa disso.
3. Ler poesias. Não importa de quem, se tiver subentendimento, eu leio. Não é porque não goste de coisas fáceis de interpretar, dependendo do dia é até melhor, mas quando estou inspirada fico horas lendo a mesma parte, a mesma frase, até chegar a alguma conclusão. Geralmente entro em um site, faço uma leitura dinâmica, e depois leio tudo com calma. Os textos e poesias que mais li foram os da Clarice Lispector, depois de ler essa poesia (sei que talvez você não tenha paciência para ler tudo isso, mas quando tiver, leia, é lindo)
"Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo.
Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar!"
Aff, esse post tá muito grande. Talvez outro dia eu conte meus outros vícios. Espero que gostem.

3 comentários:

  1. Eu realmente não li o poema por preguiça, mas quando der eu leio.

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  2. Espero que um dia você leia, vale a pena :)

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  3. Eu também tenho a mania das placas de carro xD
    Adoro a Clarice Lispector, sinto que ela me descreve as vezes *-*
    "Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar!" - muito bom :D

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